Christine Aldo

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1 de março de 2014

O Morrer do Entardecer


Queria que soubesse
Agora que estou sentindo a sua falta
Que me vejo só, assim...
Ao observar o morrer do entardecer
Todas as minhas tardes
Da minha solitária sacada
É um pouco de mim que se vai
Cada dia deste outono sofrido.

Toda soberba engoli a seco
Como o amargo do vinho
No seu final em êxtase.

Quando cai a fria noite
Sinto-me cansada do meu gemido,
Gélida transpassa a minha alma,
São como lanças em meus nervos
Que me acalma.

Todas as manhãs acordo
Com a falsa ilusão,
De que os raios de sol,
Invadem as frestas da minha janela,
E tocam-me quase seminua
Em alusão ao teu calor.

É somente mais um dia,
Da perpétua prisão da tua falta;
Quantas vezes ignorei o ar
Mas ele insiste a invadir as minhas narinas,
Olhei para os meus pulsos
O vi esgotar-se todo sangue,
Que corriam das minhas veias.

Mas ainda há sentido para se viver
Todas as tardes é o mesmo sol
Que se poem a morrer,
Parece até se sacrificar em meu lugar.

Você é uma doença que não tem cura
Sendo assim, eu invento uma maneira de viver;
Todas as tardes na minha solitária sacada
Eu me visto de sol
E fico a morrer lentamente
Assim como o entardecer.

Christine Aldo
São Paulo, 28 de Fevereiro de 2014

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